Cap. 02 – Religião

Esse texto foi retirado do livro “Curando as emoções feridas” de Martin Padovani.

Paz ou agitação?

“Espera-se que a religião traga paz, alegria, esperança, conforto e consolo. Espera-se que ela alivie a miséria da vida e não que a aumente. Por que então tantos sofrem suplícios, agitação, agonia, ansiedade e uma culpa sem sentido com relação à sua religião? Por que as pessoas religiosas experimentam a miséria a partir da religião? Por que temos tantas atitudes negativas, tanto medo de Deus? Segundo as idéias de Jesus, isso não é religião.

Algo está errado em algum lugar! A religião nem sempre tem respostas, mas ela pode dar sentido a muitos problemas, sofrimentos e dilemas da vida. Ela pode nos fortalecer para que possamos enfrentá-los. É uma pena que tantos se lamentam em nome da religião. Grande parte dessa agonia se baseia em mal entendidos, interpretações errôneas trazidas da infância e percepções falsas jamais esclarecidas.

Ansiedades, superstições e temores religiosos absurdos fazem a religião parecer ridícula. Mesmo nos nossos dias, alguns sentem-se culpados por serem felizes! E o que dizer dos numerosos indivíduos que acham que Deus está atrás deles para “pegá-los?” Sempre que alguma coisa não dá certo, deduzem que Deus está punindo. Está idéia se assemelha à noção do mau-olhado.

Deus não nos pune; somos nós que nos punimos. Deus tampouco nos condena; somos nós que nos condenamos. Deus está do nosso lado, não contra nós.

Muita e muita culpa neurótica, não cristã, impregna a vida dos homens. É como se o amor incondicional e o eterno perdão de Cristo jamais tivessem sido ensinados. A tragédia é que muitos se recusam a perdoar a si próprios, mesmo depois de terem sido perdoados por Deus.

Freqüentemente, os últimos vestígios de ignorância que se deixam para trás são os relacionados com a religião. Sempre parece mais seguro permanecer na ignorância, abraçando a religião da infância, do que arriscar-se a crescimento mais profundo na fé e na confiança em Deus.

Precisamos integrar em nossa vida verdadeira fé em Jesus. Ela deve trabalhar a nosso favor, e não contra nós. Precisamos fazer a transição de uma fé religiosa errônea para uma fé saudável e íntegra, de uma fé religiosa infantil para uma fé adulta.

A religião sadia representa forte apoio à boa saúde mental e à estabilidade emocional. Com o passar dos anos, pude ver como o ensinamento de Jesus pode ser importante na vida dos atormentados, desesperançados e receosos. Jesus cura, mas precisamos ter fé nele!

Jesus nos ensina três importantes lições: Deus sempre nos ama. Deus sempre perdoa. Deus está sempre presente. Espera-se que a religião nos traga paz, alegria, esperança, conforto e consolo. Se não o faz, é porque algo está errado conosco – não com a nossa religião ou com a nossa fé”.