Curando as emoções feridas

Cap. 03 – Religião e psicologia

Esse texto foi retirado do livro “Curando as emoções feridas” de Martin Padovani.

Compatíveis?

“Não existem verdadeiras contradições entre os princípios da religião sadia e os da psicologia sadia. Existem às vezes apenas algumas contradições aparentes, decorrentes de algum mal-entendido. A religião e a psicologia sadias se apóiam e se fortalecem mutuamente.

A psicologia e a religião deveriam se desafiar mutuamente. A primeira pode tornar mais claro o ensinamento de Cristo, ao mesmo tempo que aprofunda e purifica nossa desenvolvimento espiritual, e a mensagem de Cristo pode motivar e fortalecer o comportamento humano adequado.

Cristo é o psicólogo superior; ele o disse há muito tempo. Cristo compreende as pessoas na situação humana delas de maneira sucinta, simples e magnífica. Ele ensinou tanto no plano emocional quanto no espiritual, mostrando que os dois planos se interpenetram. Talvez seja por isso que alguns terapeutas fracassam ou não atingem seu objetivo no tratamento de seus clientes. Quando separamos o lado humano do espiritual, não vemos toda a pessoa. Afinal de contas, a doença mental e emocional não é exatamente a falta de unidade e a alienação interior?

Como ciência, a psicologia nos ajuda a nos compreendermos; a religião ilumina nosso conceito de Deus. A psicologia explica as interações que atuam nos nossos relacionamentos humanos; a religião enfatiza nosso relacionamento com Deus e com nossos semelhantes. Através da psicologia entramos em contato com nós mesmos; através da religião, entramos em conato com Deus. Se não pudermos vivenciar a nós mesmo que conseguimos ver, como poderemos vivenciar um Deus que não podemos ver?

A psicologia nos ensina muito a respeito do amor, dos perigos do amor, do amor real e imaginário, das exigências do amor. Para acreditarmos e confiarmos em Deus e o aceitarmos, precisamos acreditar, aceitar e confiar em nós mesmos. A psicologia nos ensina o comportamento saudável, a unidade emocional, o crescimento maduro e ainda como podemos nos erguer acima e além de nós mesmos; o cristianismo nos ensina a redenção, a reconciliação e a ressureição. Deus trabalha através de métodos humanos para nos ajudar a perceber intuitivamente nosso comportamento.

Quanto mais entendermos a dimensão humana da vida, melhor poderemos integrar à nossa vida o ensinamento de Cristo. Na verdade, a psicologia nos desafia a sermos mais responsáveis por termos percebido intuitivamente nosso verdadeiro eu. Nossos pecados, que são sintomas da nossa imaturidade, são perdoados, mas ainda precisamos nos arrepender e nos modificar. Embora algumas pessoas a considerem assim, a psicologia não é uma religião e sim um meio de fortalecermos o nosso auto-entendimento.

A verdadeira doença mental e emocional da qual muitos sofrem hoje em dia não é a neurose ou psicose e sim ausência de significado. Os homens simplesmente não sabem qual o significado da sua vida. Jesus sabia precisamente quem ele era e qual o significado da sua vida.

A psicologia pode nos ajudar a nos entendermos melhor, o que nos permitirá seguir melhor a Jesus. Não devemos temer a psicologia, mas sim ouvi-la atentamente. Os filósofos gregos recomendavam: “Conhece-te a ti mesmo”. Freud disse: “Seja você mesmo”. Cristo ensinou tudo isso e muito mais: “Ama a ti mesmo”.

4 comentários em “Cap. 03 – Religião e psicologia”

  1. Nossa Mailda, gostei muito! O livro deve ser interessante. Eu concordo demais com o autor e por isso estou estudando tanto como manter a saúde mental com técnicas do ocidente (psicologia) e do oriente (espiritualidade). Também acho que as duas se completam, pois assim reconhecemos nossa alma individual e ao mesmo tempo reconhecemos que somos um só, somos uma alma universal com Deus e assim a vida tem muito mais sentido e luz!! Obrigada! bjo

    1. Sim sim Livia, bem isso! Continue seus estudos porque assim você poderá instruir muitas pessoas. O livro é muito bom, quando comecei a ler (depois de 3 anos guardado) me surpreendi com a leitura e não consegui parar. rs. Achei que devia compartilhar. Beijo

  2. Algumas idéias/posturas precisam ser gestadas por algum tempo(pouco ou muito tempo…) para que germine. Talvez o germe tenha sido a sua “angústia” tempos atrás (quando buscou ajuda com o padre), que somente agora nasce forte o suficiente para frutificar através de sua generosidade em compartilhar conosco este momento.
    Quanto ao livro, considero emoção e espiritualidade intimamente ligados, já que o ser humano é um todo.
    Beijos carinhosos! Deus te abençoe e ilumine sempre.

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